No momento em que o Congresso Nacional se mostra o mais avesso às pautas socioambientais desde o processo de redemocratização, a Virada Parlamentar Sustentável 2025 assume um papel decisivo para trazer o clima e o meio ambiente ao centro das decisões legislativas. Entre maio e agosto, deputados, senadores, especialistas e representantes da sociedade civil ocuparão plenários, comissões e espaços culturais, convertendo compromissos em propostas e, sobretudo, em projetos capazes de enfrentar os desafios ambientais mais prementes.
A urgência dessa mobilização fica ainda mais evidente com a proximidade da COP30, em Belém (PA). Quando o mundo volta seus olhos para o Brasil, torna-se imperioso demonstrar coerência entre nosso discurso e nossas ações. O Parlamento despencou a sua convergência ambiental de 43%, no período entre 2018 e 2022, para 29,1% no seu mandato atual – um índice alarmante diante da crise climática e social que afeta todo o país. A Virada, assim, ergue-se como antídoto a esse descompasso, gerando um amplo e propositivo leque de debates, estudos e oficinas de forma transparente e propositiva.
A Virada Parlamentar Sustentável 2025 aprofundará discussões em torno de seis eixos temáticos essenciais:
- Oceanos, zonas marinhas e costeiras;
- Direitos dos animais, sistemas alimentares e combate ao greenwashing;
- Transição energética justa;
- Biodiversidade, preservação ambiental e águas continentais;
- Educação e formação;
- Brasil rumo à COP30.
Cada eixo nasce da articulação entre parlamentares, sociedade civil, academia, setor privado e comunidades locais, buscando construir iniciativas legislativas que sejam politicamente viáveis, tecnicamente adequadas e socialmente justas.
É nesse processo colaborativo que reside a força da democracia climática: a construção coletiva de soluções que impactem positivamente o meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas.
Este movimento representa um gesto contundente de cidadania ativa. É o momento de convocar parlamentares comprometidos, de engajar movimentos sociais e de fortalecer a interlocução entre a sociedade civil e o Parlamento, para que o Brasil assuma, com legitimidade e responsabilidade, sua liderança no combate às mudanças climáticas e desigualdades sociais.