Por Larissa Nunes – Frente Parlamentar Ambientalista
A Câmara dos Deputados realizou uma sessão solene nesta segunda-feira(26), em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, data instituída pela ONU para promover a reflexão sobre a importância da preservação ambiental. O evento, presidido pelo deputado Nilto Tatto (PT-SP), Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, contou com a participação de autoridades e especialistas do setor.
Durante a solenidade, o deputado federal Nilto Tatto iniciou seu discurso ressaltando a importância de celebrar a retomada da agenda ambiental e social, reconhecendo a responsabilidade do Brasil em liderar a busca por soluções sustentáveis. Ele apontou que país possui uma diversidade de biomas e uma riqueza natural incomparáveis, o que o torna capaz de propor e implementar medidas eficazes para enfrentar os problemas sociais e ambientais.
Tatto reiterou que a superação da crise climática e da desigualdade só será possível se forem abordadas de forma integrada. “Não há possibilidade de enfrentarmos a desigualdade se não tratarmos a crise climática como uma prioridade”, afirmou.
Durante o evento, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, ressaltou os esforços do governo no combate à crise climática. Ele mencionou a retomada da governança e de instrumentos relevantes, como o Plano para Prevenção e Combate ao Desmatamento da Amazônia, e enfatizou que outros planos serão construídos para cada um dos biomas brasileiros, começando imediatamente pelo Plano do Cerrado, conhecido como PP Cerrado.
A especialista Sênior em políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, durante seu discurso, ressaltou a importância de reconstruir ações mais eficientes em relação ao meio ambiente. Ela alertou para projetos de lei que estão em tramitação na Câmara dos Deputados, como o PL 490, que representa um retrocesso nos direitos dos povos indígenas, além das leis do Licenciamento, do Veneno e da Grilagem.
“Eu queria chamar a atenção para a necessidade de uma atuação forte contra a aprovação de textos com retrocessos, e a importância do Executivo se posicionar sobre esses textos”, ressaltou.
Maurício Terena, representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), relembrou os retrocessos enfrentados pelos indígenas nos últimos tempos. Ele classificou o PL 490 como um discurso marcado pela colonialidade do poder, afastando e estereotipando os povos indígenas. Terena ressaltou que esse projeto de lei abre brechas para a devastação ambiental, enquanto são os povos indígenas que historicamente cuidam do meio ambiente.
A sessão solene fez parte de uma série de eventos da Virada Parlamentar Ambiental, promovida durante todo o mês de junho. A iniciativa busca fomentar o debate e conscientização sobre questões ambientais, além de fortalecer ações em prol da preservação do meio ambiente.