As organizações Humedales Sin Fronteras: Instituto GAIA, Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneiras, Sociedade Fé e Vida, Comitês Populares do Rio Paraguai, REESOLBIO e Sobrevivência Paraguay, uniram-se para propor este seminário com base nas análises e diagnósticos das ameaças ao Pantanal e outras áreas úmidas do Vale Central da América do Sul.
Precisamos proteger nossas áreas úmidas e avançar na construção dos Corredores Bioculturais como estratégia que agrega um conjunto de conceitos e propostas para o futuro da humanidade.
Corredores Bioculturais
Este termo é aplicado a espaços territorialmente apropriados, cuja continuidade é vital, pois possuem uma série de valores e elementos, tanto biológicos quanto culturais, com significado simbólico e histórico. A homeostase desses corredores é o que mantém viva a teia da vida. Não se pode pensar em corredores bioculturais sem compreender o tecido biológico, simbólico, cultural e histórico em que a vida se desenvolve, e com foco nos direitos, evitando qualquer forma de discriminação de classe, etnia e gênero. Implica o fortalecimento das comunidades como sujeitos políticos fundamentais.
Em termos mais técnicos, o conceito de corredor biocultural surge da necessidade dos ecossistemas permanecerem interligados, permitindo a continuidade dos processos ecológicos, como troca genética, evolução, migração e repovoamento, entre outros. Também destaca a importância de valorizar o patrimônio cultural material e imaterial nesse contexto. A conectividade contribui para manter a resiliência dos ecossistemas, permitindo o movimento das espécies e sua adaptação às novas condições climáticas.
Nesse contexto, o patrimônio biocultural consiste nos saberes, crenças e práticas em que se entrelaçam aspectos simbólicos e biológicos, nos quais a cosmovisão, o mito, o ritual, a história, a memória e as expressões culturais são dimensões do território.
Temos como foco central a Produção Agroecológica, desenvolvida por médios ou pequenos produtores, camponeses, comunidades tradicionais, indígenas, pescadores, extrativistas, agricultores urbanos, familiares, apicultores e outros, que atendam aos seguintes critérios:
- Não utilização de pesticidas ou organismos geneticamente modificados (OGM);
- Não exploração do trabalho e promoção da equidade de gênero;
- Valorização das sementes e espécies nativas e crioulas;
- Respeito pela biodiversidade e diversidade biocultural;
- Uso próprio e gratuito de sementes;
- Respeito ao ambiente natural ou participação em processos de restauração ecológica.
Data: 21.6.2023
Tipo: Seminário – Por uma lei nacional de corredores bioculturais
Local: Câmara dos Deputados – Auditório Freitas Nobre
Horário: das 16h às 18h